20 dez Bom tempo adiante para a aviação comercial
Nos cinco anos de existência da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, completados em agosto, nenhum outro ano como este, 2017, se prestou a comparações tão apropriadas entre o que ocorreu em solo e o que acontece frequentemente em pleno voo.
Foi um ano – na verdade, 19 meses – de turbulências, nuvens carregadas, falta de visibilidade e outras intempéries, mas que chega ao seu final, à “cabeceira da pista” de 2018, com possibilidades de um pouso razoavelmente tranquilo.
Durante esta trajetória, que se iniciou em meados de 2016, a aviação comercial brasileira perdeu nada menos do que 8 milhões de passageiros. Para quem havia assistido a um crescimento excepcional, que partiu de 30 milhões de viajantes e chegou a 100 milhões em pouco mais de uma década, a realidade tornou-se desafiadora, pois um contingente enorme de passageiros que havia se integrado às comodidades do transporte aéreo – seguro, rápido e eficiente – se viu obrigado a deixar de voar por conta da grave crise que se abateu sobre o país.
E o ano foi desafiador também porque, assim como quando se está no ar, era obrigatório atravessar o tempo ruim para se chegar com segurança ao destino.
As adversidades todas exigiram que as empresas fossem muito disciplinadas na difícil tarefa de enxugar custos, eliminar despesas e otimizar a gestão com vista a preservar ao máximo as conquistas realizadas nos anos anteriores.
Mesmo tendo que devolver nada menos que 60 aeronaves – adquiridas em leasing – a seus fabricantes e acompanhando suas receitas profundamente comprometidas, as companhias se mantiveram firmes em seus propósitos de integrar lugares e pessoas. Tanto que ao longo deste tempo difícil não houve demissões em massa, os principais destinos brasileiros foram preservados e o preço médio da passagem manteve sua trajetória de queda – hoje se encontra na casa dos R$ 320.
Assim, chega-se a 2018 com um cenário renovado e com ao menos duas novidades: primeiro, neste novo ano as quatro empresas aéreas nacionais estarão voando mais para o exterior, o que significa consolidar o papel da aviação de integrar o Brasil ao mercado internacional. E, segundo, boa parte das rotas que foram descontinuadas por conta da crise e da escassez de passageiros voltarão a existir, o que quer dizer mais integração também no mercado interno.
Aliás, no que se refere ao aumento da malha aérea brasileira, ela só não será maior já neste começo de ano por conta da decisão do Senado Federal de
não aprovar a diminuição da alíquota de ICMS sobre o combustível de aviação. A proposta de padronizar a tarifa em 12% (alguns Estados cobram 25%) foi levada a plenário em novembro, mas não obteve os 54 votos necessários para ser aprovada .
Apesar disso, as nossas companhias estão anunciando diversos voos novos, em número que poderia ser significativamente maior se o projeto tivesse sido aprovado.
No entanto, a ABEAR e suas associadas entendem que o Senado ainda pode votar a diminuição do imposto e, assim, corresponder aos anseios da sociedade. Que volta a demandar voos em maior número e com tarifas mais baratas, dentro de um ambiente de mais competitividade, mais acessibilidade e, como sempre, muita segurança.
Sorry, the comment form is closed at this time.